(Não) Vale a pena ver de novo!
- MAR & DEFESA
- 27 de jan.
- 2 min de leitura
Francisco Novellino*
MAR & DEFESA | 27 DE JANEIRO DE 2025
Imagem: https://www.infodefensa.com/texto-diario/mostrar/4291806/marinha-do-brasil-devera-desativar-40-seus-meios-ate-2028. Acessada em 27/01/25.
"O nosso material flutuante está tão empobrecido que nem sequer conta uma verdadeira unidade de combate, na moderna acepção do termo."
Se você achou que o autor da declaração acima é o atual Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, gostaria de informa-lo(a) que não foi. Essas palavras constam do relatório encaminhado ao Presidente da República, em 1902, pelo então Ministro da Marinha, Contra Almirante Júlio Cesar de Noronha.
A confusão é inteiramente justificável. O Almirante Olsen, desde que assumiu o cargo, em 2023, tem repetidas vezes se manifestado de forma semelhante, seja nas Comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara e do Senado (CREDN/CRE), seja em entrevistas publicadas pela mídia.
Apenas para citar uma delas, o Comandante da Marinha informou aos senadores da CRE, no primeiro semestre de 2023, que teria que desativar cerca de 40% dos navios, armamentos e munições até 2028, "devido a obsolescência e por restrições severas de orçamento, que impedem a devida manutenção ou reaparelhamento" (Fonte: "Infodefensa.com", artigo de autoria do jornalista Roberto Caiafa - 16/05/23).
Passados 120 anos entre uma administração e outra, os titulares da Marinha se veem lidando com problemas semelhantes, situação vivenciada igualmente pelos Comandantes do Exército e da Aeronáutica. A razão é muito simples: os brasileiros eleitores e pagadores de impostos não se sentem ameaçados por forças externas e, portanto, não estão dispostos a custear o investimento ou o preparo das Forças Armadas - e nem votar em candidatos que defendam essa bandeira. E os candidatos sabem disso!
* Capitão de Mar e Guerra (reformado) da Marinha do Brasil, submarinista, Editor do Blog MAR & DEFESA.
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Essa informação de o pagador de impostos não querer custear investimento nas forças armadas me parece mais uma opinião do que uma constatação, revelando uma tendência opinativa do editor da matéria. Penso que talvez os brasileiros podem não estar muito informados da importância de uma força armada bem preparada, mesmo em tempos de paz, especialmente para garantir a soberania do território brasileiro e os seus recursos naturais estratégicos.