TEMOS ASSISTIDO, recentemente, pela imprensa, pelas redes sociais e em sessões no Congresso Nacional -, uma "enxurrada" de notícias e declarações vinculando militares ligados ao Governo Bolsonaro a atos de corrupção, ineficiência administrativa ou ocupação indevida de cargos públicos.
A tendência é que esse tipo de matéria venha a ganhar corpo nos próximos meses, na medida em que as instituições militares têm sido associadas à pessoa e ao Governo de Jair Bolsonaro, cuja tentativa de reeleição parece evidente, e que enfrenta "marcação cerrada" de políticos da oposição, setores da mídia e até de organizações e governos estrangeiros.
É bem verdade que há décadas existe um "ranço" residual de alguns influenciadores de opinião contra as Forças Armadas, devido à sua participação no Regime de 1964-1985. Agora, entretanto, não se trata apenas de ações com a finalidade de manter os militares afastados do poder e evitar um novo "64", mas de usar os militares que fazem parte do Governo - e indiretamente as instituições militares - como combustível para "chamuscar" uma provável candidatura do atual Presidente em 2022.
O Ministério da Defesa e os Comandos das Forças têm procurado reduzir possíveis danos institucionais por meio de notas conjuntas ou declarações à imprensa. Se, por um lado, elas fornecem um esclarecimento à sociedade sobre às denúncias e acusações divulgadas, por outro contribuem para manter em evidência seus autores e, em determinados momentos, fomentar novas investidas. Como fator complicador, o País vivencia um período onde os alvos e as motivações dos "ataques" podem se confundir, levando a interpretações e reações equivocadas.
MAR & DEFESA - Poder Marítimo e Defesa Nacional
www.maredefesa.com.br
maredefesa@maredefesa.com.br
Comments